sexta-feira, 11 de setembro de 2009

DEZ

Eu adoro a Madonna, já falei sobre isso aqui? Mas ela anda tão qualquer nota... Não contente em arrumar um toy boy brasileiro from Catete (eu não me conformo), parece que o show do DVD Stick and Sweet Tour vai ser a versão gravada aqui. Pela Virgem! Tá faltando muito pouco pra virar o Jimmy Cliff.
O Girlie Show foi uma das maiores emoções da minha vida e esse ultimo show também.
Graças a muito sacrifício e fanatismo, assisti aos dois shows na grade. Gosto de ficar pertinho dela. Em 93 comprar ingresso foi fácil, dessa vez...

Vou contar como foi: O tempo e a maturidade me deixaram mais tranqüila, por isso, mesmo tendo combinado com amigos às 16hs (o portão abria 17hs, hora do show 20hs), saí de casa 14hs. Tinha que ir atrás da minha dose diária de jujuba. Passei em duas lojas do Hortifruti, nas Sendas e não tinha jujuba a granel. Me informaram que tinha acabado. Aonde vamos parar? Só achei um pacote de 150gr na Casa do Biscoito.
Resolvida essa questão, peguei aquele transporte super complicado chamado metrô. Nunca sei pra que lado é, e não agüento o estresse em que fico, pensando que não posso esquecer de saltar e pegar aquele trenzinho que vai para Pavuna, mas antes passa pelo Maracanã.
No trenzinho da Pavuna, comecei a refletir sobre o problema das camisetas masculinas. Não sei o que aconteceu, elas andam muito curtas. O sujeito levanta o braço, para segurar no puta que pariu do metrô e fica com o barrigão de fora. Uma beleza.
Meus amigos me ligaram: Cadê você?
- Estou aqui.
- Aqui onde?
- Na fila.
O que eu posso fazer? Sou metade brasileira e fiquei com a metade que adora fila. Para comprar o ingresso, cheguei meia noite de uma sexta na Morden Sound (Adonai me livre madrugada no Maracanã) e saí 9hs de sábado. Tudo com muito glamour.
No grande dia, na saída de casa, minha mãe me deu um pacotinho lacrado com uma capa de chuva descartável de lixeiro. Aquela de plástico transparente que o povo veste pela cabeça em cima da roupa. Muito elegante, temo em pensar aonde e porque ela arrumou isso.
Enfim, voltando a Madonna, 90% da mulherada presente ao show, errou de musa e resolveu ir vestida de Rita Cadilac. Jeans justo, bota de cano alto pra fora da calça, maquiagem e cabelão. Meu cérebro impregnado de soda caustica e formol me impede de comentar sobre escova progressiva, por razões óbvias. Entrou um DJ com o cabelo igual ao Zacarias, e só tocou farofada de radio. Para culminar o dito me manda please don´t stop the music e o Maracanã inteiro vem abaixo com aquela merda. Não sei como a Madonna não entrou em cena e gritou: “she´s not me, she doesn´t have my name...” Alguma coisa aconteceu, porque a senhorita guarda chuva saiu de cena e o White Stripes gritou (amém), depois ainda teve Eurythmics. Provavelmente em represália, Madonna atrasou uma hora e meia, filha da puta.

O show foi o melhor dela, até hoje estou traumatizada com a beleza da luz em Devil Wouldn´t Recognize You. Não queria, mas chorei de novo (como em 93), a metade argentina agüentou as imagens do enterro da Evita em You Must Love Me, o povo chorando, as senhoras com lencinho... Coitadinha da Evita. Foi bom, depois fiquei mais tranqüila.

Na volta, acabada e sem voz me joguei num táxi. Antigamente um táxi era um refúgio calmo e silencioso. Hoje em dia os taxistas falam a beça. Já na bastasse aquela pergunta inicial: pra onde vamos? Detesto essa pressão. Principalmente porque sempre esqueço que é uma pergunta concreta e penso que é uma questão metafísica.