segunda-feira, 14 de setembro de 2009

ONZE

Inacreditável. Passei um mês levando a faculdade, que resolvi fazer depois de velha, à sério. Nesse mês recebi um cabloco CDF de frente e li todos os livros, fiz todos os trabalhos, literalmente tudo que meus mestres mandaram.
Até um dia, semana passada em que estava eu na biblioteca lendo um livro chatissímo de antropologia, quando percebo um entra e sai dos meus colegas no recinto. No terceiro que passou me dei conta. Epa! O que eu estou fazendo aqui? São 19hs da noite, porque só eu vou ler isso? Fui atrás do bonde e descobrí o que estava acontecendo. Um pouco depois lá estava eu sentada com um monte de gente desconhecida. Bebendo cerveja, bebida que por sinal eu detesto. Mas quem disse que tinha whiskie no camelô que fica em frente à faculdade vendendo bebida?
Fiquei por lá até perceber, around midnight que era hora de partir, pois era dia de Ugly Betty. Claro que no dia seguinte não fui à aula. Acabando assim com a minha curtissíma carreira de CDF.

Um mês sem sair, quatro fins de semana em casa lendo. Um mês em que frequentei exaustivamente a biblioteca e a xerox. Só. Pra não dizer que não tive nenhum lazer caí no conto do Sacha Baron Cohen e fui ver aquela coisa de extremo mau gosto chamada Brüno. Credo. Pra quem andava na compania de Fernando Arrabal, Peter Weiss, Bernard Dort, Roland Barthes, Gerd Bornheim, Jean Baudrillard, Peter Szondi, Anatole Rosenfeld, sister Wendy Beckett, Béatrice-Picon Vallin, Eurípedes, Ésquilo (como é chato Agamênon), o pentelho do livro de antropologia que não vale a pena citar e é claro Aristóteles. Além de meu querido Bernard-Marie Koltès. Brüno realmente não deu.
Não tenho nenhum amigo do nipe dessa galera acima, mas a companhia deles não estava me satisfazendo. Depois que fugi da biblioteca não parei mais. É isso aí. Até agora estou na gandaia.

Nesse mês isolada, também me joguei no Facebook. Graças a ele e seus incríveis testes descobri muito sobre mim. Descobri que: se eu fosse um rock star, seria Freddie Mercury. O tipo de bêbada que eu sou? É o divertido. Na noitada me transformo em Amaury junior, minha maior fraqueza é a alma (heim?), a característica que mais aparece em mim é o romance, meus olhos dizem que tenho humor, o tipo de pessoa uó que eu sou? "bunita". E personagens de séries e filmes: em Nip/Tuck eu seria a Kimberly, Ugly Betty-Amanda, Gilmore Girls-Rory, House-Chase, Harry Potter-Luna Lovegood, One Thee Hill-Broke, Friends-Phobe. Isso é que é esquizofrenía. Ou eu sou avoada ou uma bitch. Tem mais, um pintor eu seria Monet, uma música do Guns n´Roses-November Rain (ave que música chata), música do Bon Jovi-You Give Love A Bad Name (bem melhor). Achou pouco? Pois meu nível de brasilidade deu zero. Pensando bem, como eu conseguí ler tanta coisa fazendo tantos testes e ainda jogando (muito) Mafia Wars?
Mas por falar em nível de brasilidade, estou pensando em incitar uma grave geral na faculdade. Pelo meu direito de não cursar Antropologia da Cultura Brasileira! O famoso folclore. Uma vez que sou argentina, essa matéria me tornaria uma pessoa aculturada. Um termo muito em voga nessa aula. Pelo pouco que eu captei dessa matéria chatíssíma, porque o sono é muito sempre. Não é de bom tom aculturar uma pessoa. Então eu revindico a preservação de meus valores argentinos (não os tenho, mas ninguém precisa saber), não frequentando essa droga. O argumento tá legal e dentro do contexto da coisa. Ok. Só preciso saber se o resto do povo vai aderir a um protesto cuja a única beneficiária sou eu.